11/08/2006

Morre o Maestro Moacir Santos aos 80 anos

São Paulo, 08 de agosto - Considerado o maestro dos maestros, o pernambucano Moacir Santos faleceu nesta segunda-feira, aos 80 anos, nos Estados Unidos, onde morava há quase 40 anos. O músico faleceu por volta do meio-dia (horário de Los Angeles), num hospital perto de sua casa. Ele estava internado havia dois dias, depois de sofrer um derrame. O corpo do músico será enterrado em Los Angeles. Ele deixa mulher, Cleonice Santos, e um filho, Moacir Santos Filho. A morte de Moacir Santos ocorre menos de um mês depois de o músico ser escolhido o grande vencedor do Prêmio Shell de Música 2006. Comparado a Pixinguinha pelos arranjos inovadores e timbres que extraiu das orquestras e conjuntos que liderou, o maestro teve, ano passado, sua obra lançada em três songbooks, além de um CD, "Choros & alegria". Instrumentista, arranjador, regente, compositor e saxofonista, Moacir Santos nasceu na cidade de Flores, a 323 km do Recife, onde, quando criança, se divertia acompanhando a banda. Também foi professor e, entre seus alunos ilustres, estão Baden Powell e Paulo Moura. Também escreveu trilhas sonoras de documentários e dos filmes "Seara vermelha", de Jorge Amado, com direção de R. Aversa; "Ganga Zumba", de Cacá Diégues; "O santo médico", do diretor francês Sacha Gordine, "Os fuzis", de Ruy Guerra, entre outros. Nos Estados Unidos, integrou a equipe de Henry Mancini. Seu trabalho mais conhecido foi o antológico disco Coisas, de 1965. Cinco anos antes, ganhara o diploma de Músico do Ano conferido pelo Sindicato dos Músicos Profissionais do então Estado da Guanabara (Rio de Janeiro) juntamente com a União dos Músicos do Brasil. Em 1966, foi nomeado Membro da American Society of Composers Authors and Publishers (Ascap) e, em 1967, se mudava para os Estados Unidos. O reconhecimento aos trabalhos de Moacir Santos atravessou décadas: em 1996, recebeu a Comenda de Grau de Oficial da Ordem do Rio Branco, do presidente da República do Brasil.